sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ai Cala boca…. negro!

Por: Ricardo Jones
    Ela ainda não acabou em nossos corações

Até quando vamos fechar os olhos para a realidade dos excluídos?
Estávamos, eu e meu irmão Roger, assistindo uma partida de futebol nos anos 80, em um estádio da capital gaúcha. Os chutes incertos, as pisadas na bola, a monotonia do placar não ajudavam a melhorar aquela noite de quarta-feira. Não era a ruindade dos times, era…. a fase. Talvez uma sinistrose, uma falta de conjunções estelares adequadas, ou mesmo uma falha do esquema tático.
Fossem os anos 90 e diríamos: “Tem que jogar com três zagueiros para liberar os alas”. Mais recentemente diríamos: “Também, eles fizeram duas linhas de quatro, assim não dá para furar a retranca”. Talvez alguma dessas explicações pudesse se adequar à partida. Ou tratava-se simplesmente de azar. “Mau humor da Deusa Álea”, diria Maximilian, referindo-se à Deusa que coordena os eventos inesperados e imprevisíveis.
O jogo morfético repetia lances banais, sem que a periculosidade eminente de um gol nos oferecesse um estímulo para despertar. Com os queixos apoiados nas mãos devaneávamos deixando o jogo como pano de fundo para pensamentos mais produtivos.
Subitamente, o centroavante do nosso time, um negro possante, comprido e que não tinha na velocidade o seu mais forte atributo, vê escorrer por baixo dos pés a bola que, fosse dominada, poderia produzir calafrios no guarda-balas adversário. Ouviu-se um “Uuuuu”, pelo estádio, seguido de uma série de palavrões exclamativos usuais em estádios de futebol. Coisas desopilativas, exonerativas e fundamentais na catarse coletiva do esporte bretão. Passados alguns segundos, quando já se fazia o silêncio e as pessoas voltavam a se sentar, escuto o grito de um torcedor que estava sentado dois lances de arquibancada acima de nós.
“TE MEXE… NEGRO!!”
Voltei a cabeça para ver de onde vinha, e pude ver um jovem, não mais de 30 anos, sentado ao lado de um senhor mais velho. Ele apenas sorriu debochadamente quando viu que sua exclamação chamou a atenção de muitas pessoas em volta. Olho para o meu irmão, um tanto incrédulo, e pergunto: “Ele disse isso mesmo?”
Meu irmão baixou os olhos e aquiesceu. Depois olhou para mim e disse: ”Não te mete. Fica quieto”.
Sempre que escuto histórias de racismo e violência eu imediatamente recordo dessa cena da minha juventude. Curiosamente, o que mais me chamava à atenção não era a palavra grosseira, aquela mesma que os americanos chamam de “n word”, mas o hiato violento e obtuso que a precedeu. A brutalidade de um espaço entre as palavras corrói meus ouvidos e me envergonha até hoje. A distância entre “mexe” e “negro” é que tornou essa cena violenta, estúpida e inaceitável. Para mim soava como “Mexa-se, porque você é negro!!” A ênfase na cor funcionava como uma viagem de um século e meio para trás. Lá, em muitas partes desse país, um senhor de escravos teria dito a mesma coisa, e com as mesmas palavras, e por sobre os mesmos direitos presumidos. “Mexa essa carne escura que me pertence, Negro. Não esqueça que eu te dou de comer para que trabalhes na minha terra. Anda, negro, levanta. Deixa de ser mole.”
Naquele dia senti vergonha de ser branco. Mais ainda, senti vergonha de ser humano. Senti vergonha do meu silêncio e da minha cumplicidade. Senti pena do homem que a disse, mas raiva por ter me omitido. Passou, agora eu lamento.
Esses pensamentos todos vieram a minha mente ao ler um relato de parto de uma mãe negra que foi publicado no blog “Blogueiras Negras” , de autoria de Raíssa Gomes.
(http://blogueirasnegras.org/2013/08/12/negra-gravida/)

As discussões sobre humanização do parto e nascimento eram praticamente novidade total para mim quando me descobri grávida, em janeiro de 2011. Apesar de não ter muita informação, de cara eu já sabia que queria que meu filho ou filha viesse ao mundo por parto normal. Mal sabia eu a luta que precisaria enfrentar para que isso fosse possível.
A realidade dos atendimentos nos serviços de saúde não é animadora de um modo geral, e o quadro piora quando se trata de atendimento a mulheres negras. De acordo com Alaerte Martins (2000), as mulheres negras tem 7,4 vezes mais chances de morrer antes, durante ou pouco tempo após o parto, do que mulheres brancas. Além de doenças pré-existentes e falta de acesso a serviços de saúde, o atendimento prestado às mulheres negras pode ajudar a explicar esses números.
Eu comecei a me deparar com este tipo de atendimento quando, ao sofrer um sangramento, com apenas cinco semanas de gestação, imaginei, como a maioria das mulheres em início de gravidez, que aquilo significava que eu estava perdendo o filho que tinha acabado de descobrir que teria. Corri com a minha mãe para a emergência de um hospital particular de Brasília, demorei muito para ser atendida e, quando conseguimos realizar uma ecografia, o técnico responsável pelo exame, que foi grosseiro desde o início do atendimento, me disse: “Não tem NADA aí dentro de você.”
Não sei dizer exatamente o que me fez ficar calma naquele momento. Perguntei pra ele se eu havia perdido meu filho e ele disse, sem olhar nos meus olhos, que eu nunca havia estado grávida. Algo me dizia que eu deveria desconsiderar as palavras daquele homem. Vesti-me e fui para o consultório do obstetra que me acompanhava, sem saber direito o que pensar. “Durante a consulta, o médico me disse para ficar calma e fazer exames de sangue nos próximos dias, se as taxas que indicam a gravidez continuassem subindo, eu estava grávida, senão, não.”
Realizei os tais exames, a gravidez se desenvolveu muito bem. As consultas com o médico eram sempre tranquilizadoras e práticas, como eu achava que gostava. Mas sempre me colocavam num lugar de coadjuvante da gravidez. O que interessava era o bem estar do bebê e quem sabia tudo o que eu deveria fazer, era o médico.
Já aos nove meses de gravidez, esperando Malik chegar a qualquer momento, tive uma infecção urinária. Fui a uma emergência para conseguir tratar a infecção o mais rápido possível para que não fosse necessário cair numa cesariana por conta disso. Fui atendida por uma médica, que mais uma vez não olhou no meu rosto. Fez perguntas sobre porque estava ali, eu disse que estava com cistite. Ela disse com um tom irônico (sem me olhar): como você sabe? Eu respondi que já tinha tido isso anteriormente, solicitei o exame e saí da sala. Quando voltei com o resultado do exame, ela me passou um antibiótico fortíssimo, que eu tinha certeza que não poderia tomar estando grávida. E questionei: “Doutora, mulheres grávidas podem tomar esse medicamento?” e ela disse: “Você não me disse em momento nenhum que estava grávida”. Não sei se vocês vão concordar comigo, mas eu achei que com uma barriga dessas, não seria necessário avisar que estava grávida.
Eu grávida aos 9 meses de gestação
Naquele momento não consegui nem questionar a médica. Apenas disse que achei que minha gravidez era evidente tomei a receita da mão dela e saí totalmente revoltada do consultório. Tudo o que já tinha ouvido falar, lido, escutado e vivido na minha trajetória como mulher negra militante veio com toda força. Até que ponto conseguimos ser invisibilizadas mesmo com uma barriga deste tamanho? O que me tornou tão invisível? Chorei. Primeiro por passar por isso a essa altura e perceber que a minha vida e a do meu filho não valem nada na mão de pessoas que supostamente deveriam cuidar da nossa saúde, e depois porque não consegui reagir, não consegui me defender e nem defender meu filho desse racismo atroz contra o qual eu decidi dedicar a minha vida.
Algumas semanas depois, chegou o momento de Malik nascer. Eu tinha feito muitos exercícios, caminhada, subi e desci ladeiras. Já estávamos com 40 semanas e 3 dias de intimidade e eu morrendo de ansiedade para conhecê-lo e sofrendo os “avisos” do médico de que ele não deixaria a gravidez passar de 41 semanas (a OMS orienta que uma gestação normal pode chegar até 42 semanas sem risco para mãe e bebê).
Chegou o dia da consulta, o médico estava operando algumas mães para tirar os filhos dela via cesariana, e iria se atrasar. Fui então, para o hospital que tinha uma propaganda de humanização. O site mostrava salas com bolas, música ambiente, banqueta, um monte coisas. Corri pra lá. Fui atendida por uma médica plantonista, que fez um detestável exame de toque e me disse que eu estava com 4 centímetros de dilatação, mas que eu tinha que chamar meu médico, porque meu filho não poderia nascer naquele hospital, já que ela não ia deixar de atender 18 pessoas no plantão só para fazer UM parto. E que se fosse realmente necessário eu ter meu filho ali, ela iria me submeter a uma cesariana porque não poderia ficar esperando.
Saí, mais uma vez, indignada do hospital. Meu filho nasceu algumas horas depois, num parto muito diferente do que eu havia imaginado pra gente, mas, imagino, melhor do que o que poderia ter acontecido, com o auxílio do médico que acompanhou a gestação inteira, mas que imaginei que não estaria presente no momento do parto. Enquanto sentia a ocitocina sintética nas minhas veias e quase perdi o controle da situação, respirei fundo e conversei com Malik sobre como o momento que tanto esperávamos havia chegado. Não poderia permitir que as intervenções naquele momento fossem mais fortes e importantes do que o nascimento do meu filho e o meu nascimento como mãe. Respirei fundo, e enquanto sentia o meu corpo se mobilizando para o encontro de Malik com este mundo. Quando ele nasceu, olhando tudo e chorando forte, veio para os meus braços, nos olhamos e conversamos. Naquele momento, renasceu em mim toda a força e desejo de transformação possível. Com todo o medo e a responsabilidade de criar uma criança negra no Brasil, mas com a certeza de que eu e outras companheiras podemos transformar o mundo ao nosso redor, por nós e pelas que vieram antes de nós, por todos os meios necessários.
Sobre o autor
Médico ginecologista, homeopata e obstetra Faz parte do colegiado nacional da ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e Nascimento Autor de diversas publicações nacionais e internacionais e dos livros "Memórias do Homem de Vidro - Reminiscências de um Obstetra Humanista" e "Entre as Orelhas - Histórias de Parto". Palestrante sobre a temática da humanização do nascimento no Brasil e no exterior. Trabalha em Porto Alegre - RS

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Concurso do observatório de Greenwich.Escolherá melhores fotógrafos de astronomia

Vencedores serão anunciados em setembro
2-O Observatório Real britânico de Greenwich, em Londres, anunciou os selecionados para competir ao título de Fotógrafo de Astronomia de 2013. Acima, a imagem de Rogelio Bernal Andreo mostra galáxias rodopiando no espaço e a Via Láctea nos céus do Parque Nacional de Yosemite. (Foto: A Flawless Point © Rogelio Bernal Andreo)
3-A competição está no quinto ano e é realizada pelo Observatório Real e pela revista 'Sky at Night'. Esta foto mostra a luz do Sol refletida na poeira e gás, na cauda do cometa Panstarrs. (Foto: Comet Panstarrs © Ingólfur Bjargmundsson)
4-A foto acima mostra Durdle Door, a formação em uma praia de Dorset, na Inglaterra, e a Via Láctea. A imagem foi selecionada entre os finalistas na categoria revelação. (Foto: Archway to Heaven © Stephen Banks)
5-A aurora boreal registrada por Mike Curry também concorre na categoria de melhor fotógrafo revelação. (Foto: Northern Lights XXIII © Mike Curry

6-O vencedor geral vai receber um prêmio de 1,5 mil libras (cerca de R$ 5,2 mil). Acima, a foto de Alexandru Conu mostra Vênus em trânsito sobre o Mar Negro e é uma das finalistas na categoria Terra e Espaço. (Foto: Venus Transit at the Black Sea © Alexandru Conu)7-Stefano De Rosa conseguiu capturar a Lua nascendo, iluminando um horizonte coberto de neve nos Alpes. (Foto: Hunter’s Moon over the Alps © Stefano De Rosa)
7-O vencedor geral vai receber um prêmio de 1,5 mil libras (cerca de R$ 5,2 mil). Acima, a foto de Alexandru Conu mostra Vênus em trânsito sobre o Mar Negro e é uma das finalistas na categoria Terra e Espaço. (Foto: Venus Transit at the Black Sea © Alexandru Conu)7-Stefano De Rosa conseguiu capturar a Lua nascendo, iluminando um horizonte coberto de neve nos Alpes. (Foto: Hunter’s Moon over the Alps © Stefano De Rosa)
8-Acima, o fotógrafo Wayne England conseguiu capturar o momento quando a Via Láctea parece se alinhar com o telescópio do Observatório Parkes, na Austrália. (Foto: Receiving the Galactic Beam © Wayne England)
9-Apesar das luzes da cidade, a imagem de Mark Shaw dá uma visão clara de nuvens em uma formação espetacular no norte da Inglaterra. (Foto: Full-view of Noctilucent Cloud © Mark Shaw)

10-Estrelas e constelações conhecidas formam uma linha que sobe na paisagem do Parque Nacional de Dartmoor, no sudoeste da Inglaterra, na foto de Anna Walls. (Foto: Leaning In © Anna Walls (UK) Familiar stars and constellations)
11-Na categoria 'Espaço Profundo' há três finalistas. Acima, a imagem de Andre van der Hoeven, da Nebulosa Pelicano. (Foto: Herbig-Haro Objects in the Pelican Nebula © Andre van der Hoeven)

12-Michael Sidonio registrou esta imagem da Nebulosa Carina, milhões de vezes mais bilhante que o Sol e maior. Ela é instável e um dia se transformará em uma supernova. (Foto: Eta Carinae and her Keyhole © Michael Sidonio)
13-'Câmeras modernas podem detectar a luz que é muito fraca para ser vista por nossos olhos e são capazes de diferenciar níveis de detalhes que estão muito além de nossa capacidade', afirmou o autor da imagem acima, Nik Szymanek. (Foto: Orion Nebula © Nik Szymanek)

14-Esta imagem do Sol com filamentos escuros saindo da superfície e voltando novamente foi feita por Paul Haese. (Foto: Solar Max © Paul Haese)

15-Os vencedores nas quatro categorias e nos três prêmios especiais serão anunciados no dia 18 de setembro. (Foto: The Night Photographer © Tommy Eliassen)

16-No dia seguinte será aberta a exposição com as imagens vencedoras no Observatório Real britânico de Greenwich, em Londres, até 23 de fevereiro. Todas as fotos: Museu nacional Maritimo. (Foto: Photographers on the Rim of Myvatn Craters © James Woodend)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Você Conheçe as crateras mais incríveis da superfície da Terra.

Fruto de meteoros, mineração e ação humana: buracos podem ser vistos do espaço!
1-Mir Mine, também chamada de Mirny Mine é uma cratera aberta em função de uma mina de diamantes, que agora é inativa. A Mir Mine fica na região leste da Sibéria, na Rússia A mina tem 525 metros de profundidade e é o segundo maior buraco escavado da superfície do planeta.
Foto: Reprodução/theworldgeography

2-O espaço aéreo acima da mina é fechado para helicópteros, em função de acidentes ocorridos na área. Os veículos eram puxados para baixo pelo vento!

3-Gosses Bluff é o que sobrou de um impacto de meteoro na Austrália. O buraco, que fica no centro do continente, foi descoberto em 1872. A estimativa é de que a cratera original tivesse 22 km de diâmetro .

4-A Diavik Diamond Mine é uma mina de diamantes no norte do Canadá. Esse buracão é responsável por movimentar a economia local .

5-A área foi descoberta em 1992 e a construção da mina começou em 2001. A mina é conectada por uma estrada de gelo ao aeroporto de Diavik.

6-O planeta possui algumas crateras que podem ser vistas do espaço. Essas crateras são depressões existentes no solo da Terra ou feitas por um corpo celeste.


7-O Arizona, nos Estados Unidos, abriga uma das crateras de meteoro mais famosas do mundo .

8-A cratera tem 1.200 m de diâmetro e 170 metros de profundidade! O buraco é de propriedade da família Barringer, que se orgulha de ter "a cratera de meteoro mais bem conservada da Terra" .

9-O buraco no meio do deserto virou um ponto turístico nos Estados Unidos. De acordo com especialistas, o impacto de um asteroide pode ter a potência de uma bomba atômica.

10-A cratera de Kimberly (na África do Sul) é outra mostra de que os diamantes criam mais buracos na superfície do planeta do que os meteoros. A cidade é considerada uma das capitais da indústria mundial de diamantes.
11-A cratera de Kimberly (na África do Sul) é outra mostra de que os diamantes criam mais buracos na superfície do planeta do que os meteoros. A cidade é considerada uma das capitais da indústria mundial de diamantes.
12-Foram 28 milhões de toneladas de terra removidas, resultando na criação do maior buraco feito pelo homem na história.
13-A cratera de Pingualuit é outro dos imensos buracos do Canadá. No total, tem um diâmetro de 3,44 km e 400 metros de profundidade.

14-Em algumas ocasiões, o lago Pingualuk preenche a depressão, se tornando um dos lagos mais profundos da América do Norte (cerca de 35 metros). O lago também é conhecido por ter a água extremamente pura .
15-Tswaing é uma cratera de impacto de meteoro na África do Sul com 100 metros de profundidade .
16-A mina Grasberg é uma das maiores minas de ouro do mundo. Está localizada na província de Papua, na Indonésia e tem quase 20 mil empregados .

17-A mina tem seus direitos de exploração divididos entre um grupo privado e o governo do país asiático .

18-A Ekati é outra mina de diamante, localizada no Canadá. O complexo tem seis buracos abertos na superfície do país.
19-Erosão, afundamento do terreno, mineração, explosões, terremotos, desmoronamento de cavernas podem gerar tipo de crateras .

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

As imagens impressionantes do mar de Aral:Que virou deserto.

A grande área que compreende o mar de Aral, um lago de água salgada na Ásia Central, tornou-se conhecida como o lugar onde houve o maior desastre ambiental já causado pelo homem. O lago, que já foi considerado o quarto maior do mundo, vem se reduzindo ao longo dos anos e hoje tem apenas um terço do tamanho original.
Seu declínio começou nos anos de 1970, quando imensos projetos de irrigação conduzidos pela União Soviética desviaram as águas dos principais rios que abasteciam o Aral para irrigar plantações de algodão no Uzbequistão, Cazaquistão e Turcomenistão.
Para tentar salvar a área que sobrou, projetos internacionais de cooperação estão sendo implementados para reabastecer partes do Aral. Apesar dos esforços, em grandes áreas do Uzbequistão o deserto de sal em que o local se tornou está fazendo com que a fauna e a flora da região desapareçam.
A fotógrafa britânica Catriona Gray visitou a região e capturou as dramáticas mudanças na paisagem, bem como a rica e diversa cultura dos povos que continuam a viver na região — com mais de 2000 anos de história.
Na foto acima, a necrópole (cemitério, do grego "necropolis") de Mizdakhan, perto de Nukus: um lugar sagrado de peregrinação provavelmente do século 4 a.C. O local era utilizado como cemitério pelos seguidores do Zoroastrismo, uma milenar religião monoteísta fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra. Mais tarde, práticas islâmicas para enterrar os mortos foram adotadas em Mizdakhan. De qualquer forma, a influência do Zoroastrismo continuou com as orações feitas por mulheres em busca de fertilidade
Foto: BBC 
Na foto acima, a necrópole (cemitério, do grego "necropolis") de Mizdakhan, perto de Nukus: um lugar sagrado de peregrinação provavelmente do século 4 a.C. O local era utilizado como cemitério pelos seguidores do Zoroastrismo, uma milenar religião monoteísta fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra. Mais tarde, práticas islâmicas para enterrar os mortos foram adotadas em Mizdakhan. De qualquer forma, a influência do Zoroastrismo continuou com as orações feitas por mulheres em busca de fertilidade

O pescador de Sudochie: antes de chegar ao mar de Aral, é preciso passar pelo lago Sudochie, onde existe uma desolada vila de pescadores chamada Urga. Ainda que o local seja extremamente isolado, alguns pescadores continuam a viver no local. No inverno eles precisam retirar gelo do lago congelado para colocar numa especie de caverna cavada num morro. Ali dentro, eles estocam o peixe para ser consumido mais tarde 
Cemitério russo da vila de Urga: o local já foi exílio para os russos ortodoxos — também chamados de "antigos crentes" — durante a União Soviética. O cemitério ainda existe e fica bem perto do lago Sudochie 
A fotógrafa britânica Catriona Gray visitou a região e capturou as dramáticas mudanças na paisagem, bem como a rica e diversa cultura dos povos que continuam a viver na região — com mais de 2000 anos de história.
De frente para o mar de Aral: depois de acampar numa área rochosa, Catriona acordou bem cedo para encontrar o sol atrás da espessa nuvem, com o mar quase invisível no horizonte. Os morros e rochas ao redor têm cor esverdeada de pistache, provavelmente causada por organismos minerais naturais da região
Cemitério do planalto de Ustyurt, no Cazaquistão: durante o período da fome nos anos de 1930, a população do Cazaquistão cruzou o planalto de Ustyurt para entrar no Uzbequistão. Diversos túmulos daqueles que não sobreviveram à jornada podem ser encontrados pelo caminho 
Cânions do planalto Ustyurt: na área de fronteira do planalto, existiam falésias à beira do mar de Aral. Quando o mar secou, esses rochedos despencaram, criando esses espetaculares cânions 
Aralkum: a foto foi tirada por Catriona depois de dirigir 150 km em meio à nova formação desértica da região de Aralkum, onde já foi o fundo do mar de Aral. A crosta de sal cobre quase tudo. O ar é úmido e salgado e a poeira cria uma camada grossa por cima de tudo 
Barco "atolado" em Moynap: um dos muitos barcos enferrujados que estão atolados na areia do que já foi um movimentado porto. Todas as fotos são de Catriona Gray 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ilha grega pode ser sua por R$ 30 milhões.

Ilha de Skorpios, que foi vendida em Abril por 100 milhões de euros
Uma ilha privada - parte do arquipélago de Spalathronisia no norte da Grécia - vai a leilão em setembro por um preço inicial de 10 milhões de euros (cerca de 30 milhões de reais). O paraíso de 10,4 hectares é o mais recente a ser atingido pela crise do país.
As ilhas de propriedade privada na Grécia têm sido vendidas em maior número devido a um recente aumento nos impostos por parte do governo, que tenta voltar a encher os cofres públicos após quatro anos de crise econômica.
Os organizadores do leilão querem superar a venda em março de seis ilhas privadas para o então Emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al-Thani, que teria pago a quantia de 8 milhões de euros (cerca de 24 milhões de reais).
Em abril, a filha do bilionário russo Dmitry Rybolovlev também adquiriu uma ilha, a paradisíaca Skorpios que pertencia a Athina Onassis, famosa aqui no Brasil por ser a mulher do medalhista olímpico brasileiro Álvaro Miranda, o Doda.
A ilha de Skorpios ficou conhecida por ter sido o cenário do casamento entre o magnata Aristóteles Onassis com Jacqueline Kennedy nos anos 1960. O valor da venda não foi divulgado, mas segundo a imprensa grega não saiu por menos de 100 milhões de euros (cerca de 300 milhões de reais).
Pelo visto, as vendas de ilhas continuarão por lá. Que tal arriscar um lance em uma delas e garantir um paraíso particular para passar as férias?